Aconteceu-me uma situação digna de registo, é que fiquei tão indignada que ainda não estou bem em mim.
Pela hora do almoço, desloquei-me a um supermercado cá da terrinha. Chegada ao estacionamento do local, o miúdo teimou que não queira ir e como normalmente me faz daquelas birras estúpidas e descomunais onde toda a gente olha para nós como se de um crime se tratasse, resolvi deixa-lo no carro. Aliás, hoje não foi a primeira vez e provavelmente não será a ultima. Conheço os perigos de deixar uma criança sozinha no carro. CONHEÇO, estou consciente deles. No entanto fi-lo e não tenho problemas em assumir que o deixei no carro com os vidros ligeiramente abertos e ele entretido a brincar no banco de trás.
Quando sai do carro, cumprimentei uma "conhecida" que não via há meses e segui a minha vida. Voltei dez minutos depois, ou nem tanto e qual não é o meu espanto que assim que chego a casa tenho a minha sogra a ligar.
Espanto porque ela começa a conversa com um "Estás bem? e o menino? Está bem?"
Agora a minha verdadeira indignação dá-se no momento que ela me diz que tinha lá em casa a "conhecida" que lhe foi perguntar seeu estaria bem porque eu tinha deixado o meu filho fechado dentro do carro... e ela estava tão preocupada e aflita!
Mais uma vez digo, que compreendo a preocupação da rapariga, mas pergunto completamente indignada, se a preocupação era tão grande e tão genuina, porque não aguardou ela por mim e porque não falou comigo directamente?
Se estava tão preocupada com o menino no carro, porque não ficou ela a vigiar a criança?
Porquê?
Porque é muito mais simples sair dali com ar de superioridade e ir falar a outros da irresponsabilidade que eu cometi.
Detesto estes falsos moralismos. Detesto.