2010-05-11

peregrinação

Há nas ruas muitos transeuntes de chinelos, sandálias e calções, alguns com ligaduras outros com mazelas mais visiveis. Todos têm um ar esgotado, demasiado cansado... são os caminhos da fé.
Por aqui, todos os anos sem excessão por esta altura vemo-los passar. A um ritmo certo e constante.
Durante muitos anos, via-os chegar ao santuário e ai sim, manifestam-se de tantas formas que é inesquecivel as suas expressões faciais e emocionais. Há quem grite de alivio, quem chore, quem fique prostrado... poucos riem. Poucos riem. Rir, manifestar felicidade e alegria por algo cumprido, ansiado... Há coisas da fé que não entendo. Não pretendo nem quero criticar ou ferir os sentimento de ninguém, mas não entendo os sacrificios, não entendo as promessas, que para mim não passam de uma "troca". (Troco, oh nossa senhora, trinta anos de peregrinação e trezentas velas da minha altura pela saude de xpto)... sei lá, não entendo.
No entanto aceito a fé de cada um e admiro a perseverança daqueles que peregrinam, daqueles cujo sacrifio do corpo lhes alimenta a alma... quem sou eu para questionar as razões de alheios.
Só espero que o Papa que até pontes e feriados "dá" a este pais que tanto precisa de descansar (!) dê a estes transeuntes a paz e o aconchego que precisam.
Fico, como vampira (muito na moda) a alimentar-me das emoções que deixam nas ruas onde passam. Alimentar a minha imaginação...

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