2012-08-12

O meu castelo






Cada vez que volto ao castelo de Ourém fico um pouco mais triste por ele. É mesmo algo que não consigo evitar. Conheço-lhe cada pedra, cada esquina, cada rua e o vento... aquele vento que ainda me reconhece e se apressa a me tocar... mas o castelo, as ruas, os quintais, as muralhas, as casas... acho-os cada vez mais tristes.
É verdade que muitas coisas foram melhoradas, recuperadas e estão a ser cada vez mais visitadas, mas há outras que são cada vez mais esquecidas e sem elas o meu castelo entristece.
Há muito que os "ti's maneis" se foram e com eles, os rebanhos de ovelhas, os burros... já nem galinhas vejo por lá! Os quintais e as muralhas foram esquecidas e estão ao abandono. Ninguém limpa as ervas e corta as silvas. Ninguém poda as árvores e apanha as azeitonas. A maioria das casas estão vazias e frias. No miradouro do pardieiro já nem flores há! Os canteiros que por lá existiam foram tapados com pedras!! Onde andam os jardineiros municipais?! Onde andam os cortadores de mato?! 
Não percebo como se pode preservar património se não cuidam dos espaços em sua volta. 
Sim o terreiro de São Tiago está bonito, a Igreja Colegiada imaculada, o jardim do Pelourinho cuidado, a fonte limpa, mas isso é só para os turistas e forasteiros tirarem fotografias!! Porque raio não são limpos os quintais, os muros e muralhas cuidados, as silvas aparadas?! 
A "vila velha" lembra-me as casas limpas com o lixo debaixo do tapete. Só que lá é bem pior, basta caminhar um pouco pelas ruas e logo se vê que ninguém se preocupa com o "castelo".
Será que o castelo é só mesmo o castelo?! Então e tudo o que está em volta?!?!?!?! Não entendo. Não entendo mesmo.
Sim, ando por lá e penso, "no meu tempo não era nada assim". Tenho pena, mas por vezes uma frase que a minha mãe diz "tudo o que é bom acaba", aplica-se tão bem ao Castelo de Ourém.

Sem comentários:

eXTReMe Tracker