O primeiro visionamento do mar para o Duarte e o primeiro do ano para mim. Não estava sol e ainda choveu, mas serviu para “molhar o pezito” e sentir a maresia que nos salgou o rosto.
A propósito de sal, deixo um poema de Eugénio de Andrade que muito aprecio.
O sal da Língua
Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer
Não é importante, eu sei, não vai
Salvar o mundo, não mudará
A vida de ninguém – mas quem
É hoje capaz de mudar o mundo
Ou apenas mudar o sentido
Da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
Que vem vindo devagar
São três, quatro palavras, pouco mais.
Palavras que te quero confiar,
para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.
2 comentários:
Ah, que saudades...
Que vontade de ter ido convosco ver o mar, sentir o vento e o sal...
Beijo enorme, amiga!!!
Olá
o mar sabe tão bem... e é tão calmante.... eu aqui tão perto dele e ás vezes não o aproveito... vocês estão lindos...
jinhos com saudades
Enviar um comentário