2006-05-03

Desabafo...

“Há dias de manhã em que um homem à tarde não pode sair à noite nem voltar de madrugada!” Disse o Sérgio Godinho e muito bem! Há realmente dias assim, dias em que tudo corre mal, tudo parece desmoronar-se e não se encontra solução para nada. Em conversa com duas amigas que se queixavam do mesmo mal, inevitavelmente falamos da “pressão de ser mulher” e de quanto este facto, o ser mulher, tem influência em toda a nossa vida. A “pressão de ser mulher” começa logo em criança, as meninas não fazem isto, não fazem aquilo e estende-se por toda a vida. A mulher emancipou-se (alforria, liberdade, independência), largou o avental, tirou o soutien e saiu para a rua. Tornou-se um membro ainda mais activo e participativo num comboio há muito em movimento… a mulher venceu, trabalha fora e dentro de casa, cuida dos filhos, do marido, dos pais, da roupa, da limpeza, da comida, usa uns fantásticos saltos altos e faz parar o trânsito, para alimento do seu ego, sai com as amigas, bebe uma Bohemia, volta a casa, aconchega os miúdos, faz amor com o marido e no dia seguinte vai trabalhar com um sorriso nos lábios. Excepto, claro está, nos dias em que o desalento nos possui. Nesses dias somos as mais infelizes da superfície terrestre e temos todo o direito do ser (pelos motivos acima citados)! Porque é que não somos entendidas, não somos reconhecidas, não somos respeitadas?!? Seria tudo muito mais simples, tanto para mulheres como homens, se não tivemos exigido tanto de nós mesmos, se não tivéssemos burocratizado tanto a nossa sociedade, se fossemos mais tolerantes, se nos respeitássemos mais como indivíduos e aceitássemos as diferenças do “vizinho”, sem julgamento, sem preconceito (conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério; superstição; prejuízo; erro). ...

1 comentário:

Anónimo disse...

infelizmente, não só a nossa sociedade como a sociedade do mundo inteiro (pelo menos na minha opiniao) a mulher tem que ser linda e maravilhosa, saber arrumar a casa, cuidar dos filhos, ser boa na cama, e trabalhar nas horas "vagas"... se assim não é, ja não somos mulheres (é o que diz o "povo")...enfim, é por isso que acho que devemos reivindicar os nossos direitos, e ensinar os maridos ou o que forem (que vêm habituados de casa das maezinhas, a não fazerem nada) porque se não os ensinamos a eles e a outros tantas outras pessoas este mundo nunca irá mudar, e nós "simples" mulheres não passaremos da cepa torta, e tudo continuará como à muitos seculos atras... Emancipem-se "mieres"... jinhos

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