Ás voltas...

Ás voltas com as ideias, os projectos, a gravidez, a música, os livros…. Voltas e mais voltas, sem nunca parar… hoje é dia de Nick Cave, não sei bem porque mas apazigua-me a mente. Acabei, ontem, de ler “Davam grandes passeios aos domingos” de José Régio, é um livro que se lê de um rasgo só. Conta uma história, tantas vezes já contada, mas com a particularidade de “se dar grandes passeios aos domingos”! Uma rapariga do Norte, pobre e órfã viaja para casa da tia rica, a sul e ai ganha esperança de amor eterno com o primo que não a ama, mas até lhe tirava umas lasquitas se ela deixasse! Entre lágrimas e “nervos em pé” a moça resigna-se à solidão e aos grandes passeios de domingo. Acho piada a esta coisa dos passeios de domingo, foi uma coisa que a minha mãe me incutiu e ainda hoje detesto ficar em casa ao domingo. Faça chuva ou faça sol! Quando morávamos no castelo, dávamos grandes passeios por aquelas ruas e quintais. Não há canto nem recanto que eu não saiba de cor. Nasci e cresci lá em cima e dava por lá grandes passeios ao domingo. Alguns domingos saíamos de carro e visitávamos a família, tios e tias e avós, no Ribatejo “profundo” e eu gostava tanto desses passeios de domingo… Sou mesmo como aquela canção de Maria Rita, “me abraça, me dá um beijo, faça um filho comigo, mas não me deixa sentar na poltrona num dia de domingo…” Digo mais, só uma tarde de chuva e trovoada com torradas e café com leite, me deixa em casa!(Mas não ao domingo!)

Que o cheirinho da terra molhada nos alague.