Momentu (lat.);Espaço pequenissimo de tempo; ápice; instante; tempo ou ocasião em que alguma coisa se faz ou acontece
2006-11-11
Quentinhas e boas!
O homem das castanhas
Na Praça da Figueira,
ou no Jardim da Estrela,
num fogareiro aceso é que ele arde.
Ao canto do Outono,
à esquina do Inverno,
o homem das castanhas é eterno.
Não tem eira nem beira,
nem guarida,
e apregoa como um desafio.
É um cartucho pardo a sua vida, e,
se não mata a fome, mata o frio.
Um carro que se empurra,
um chapéu esburacado,
no peito uma castanha que não arde.
Tem a chuva nos olhos e tem o ar cansado,
o homem que apregoa ao fim da tarde.
Ao pé dum candeeiro acaba o dia,
voz rouca com o travo da pobreza.
Apregoa pedaços de alegria,
e à noite vai dormir com a tristeza.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais calor p'ra casa.
A mágoa que transporta a miséria ambulante,
passeia na cidade o dia inteiro.
É como se empurrasse o
Outono diante;
é como se empurrasse o nevoeiro.
Quem sabe a desventura do seu fado?
Quem olha para o homem das castanhas?
Nunca ninguém pensou que ali ao lado
ardem no fogareiro dores tamanhas.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
A estalarem cinzentas, na brasa.
Quem quer quentes e boas, quentinhas?
Quem compra leva mais amor p'ra casa.
Letra: Ary dos Santos
Música: Paulo de Carvalho
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2 comentários:
Estou a aprender agora a apreciar o gosto das castanhas...
Não que aprecie muito... mas tinha a ideia de que não gostava mesmo...
Acho que a única que experimentei deve ter sabido mesmo mal, mas.. mudei de ideias...
Kiss
Humm... que saudades da castanha assada... so de me lembrar do cheiro já fico com água na boca...
jinhos
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