Caminhava na Rua do Souto, famosa rua de Bracara Augusta, quando repentinamente sou parada, mais, petrificada por um cheiro, um determinado odor que me forçou a parar e a procurar a sua origem. (sei exactamente a que cheira, tabaco para cachimbo com aroma de cereja. Um amigo meu fuma (va) este tabaco e o seu odor ficou indelevelmente gravado na minha memória. É como se fosse o disco rígido do cérebro, armazena informação, a que queremos e a que não queremos também! Depois arruma-a por tipos de memória, a descritiva, a fotográfica, a cromática, a olfactiva…. E desta arrumação toda surgem as memórias, as lembranças. Se não nos lembrássemos de determinado acontecimento, cheiro ou sabor não tínhamos identidade nem reconheceriamos nada… Apesar de haver milhares de memórias, lembranças diferentes em cada cérebro, também existem as que são semelhantes) …
E com este pensamento que começo a enumerar os odores gravados na (s) minha (s) memória (s)…
- Sardinheiras em Flor
- Pêlo de cão molhado
- Marido de barba feita
- Borracha queimada
- Estrume
- Terra molhada num dia de verão
- O mar
- Rio Homem
- Favas Guisadas
- Gasolina
- Relva cortada
- Pêssego, acabado de colher
- Livro, novo ou velho
- Mãe depois de um banho relaxante
- Cripta da Sé Colegiada
- Vento num dia de Inverno, no castelo
- Eucaliptos
- Chocolate quente
- Café
- Pão quente
São as algumas das minhas memórias olfactivas, mas certamente as mesmas de tantas pessoas.
TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS.
3 comentários:
É verdade! Fica tudo no nosso disco rígido. Até as pequenas coisas que nem damos conta...
Estamos em verdadeira sintonia!
Se bem que de vez em quando temos necessidade de fazer uma formatação a esse mesmo disco rígido, embora nunca se faça uma limpeza total... As pequenas coisas por vezes tornam-se as mais belas e gratificantes..
se ha um cheiroque nunca vou esquecer é o de bébé acabado de sair do banho...é um cheiro simplesmente indiscritivel, que nunca se esquece...
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